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domingo, 19 de julho de 2009

Àgata Vermelho Mosaico

Carlos Lima
Juiz Internacional

“Uma só melanina ou duas”

Nova Mutação ou Novo Conceito

A época das mutações vive um momento deveras importante no desenvolvimento e aperfeiçoamento de novas variedades, procurando os Ornitólogos, cada vez melhorar o seu genótipo e fenótipo.

Esse aperfeiçoamento consiste em introduzir o denominado factor de refracção azul na estrutura das penas dos canários.

A série azul trata-se de uma mutação que anula por completo a phaeomelanina e mantém a eumelanina cinzenta e negra, a que nós denominamos ‘canário com duas melaninas’; este fenómeno consiste em transmitir uma grande luminosidade e transparência na cor, que reflecte matizes de tom azulado ( factor óptico ).

Geneticamente, o ‘factor azul’ é codominante e de carácter acumulativo.

As mutações são privilégio de alguns criadores, que, com a sua insatisfação genética, através de acasalamentos ou linhas consanguíneas, utilizando para o efeito diversas fêmeas que são acasaladas a um único macho, procurando-se com este método criar ou fixar novas variedades ou raças.

As mutações nem sempre apareceram através da cor ancestral verde, mas também nos Àgatas, Castanhos e Isabel.

Graças à sua fixação, os canaricultores, através de rigorosos estudos genéticos e utilizando os factores acumulativos, hoje em dia podemos admirar uma grande e diversificada variedade de novas raças.

Cada criador tem as suas preferências sobre cada nova mutação, sem contudo muitos poderem dar uma explicação científica sobre o fenótipo dos seus canários, que apresentam diferenças ( desenho dorsal ) na mesma variedade.

Esta situação, podemos dar como exemplo o que acontece com as diferentes tonalidades da melanina dos canários Topázios em que se apresentam:

-negra antracite

-cinzentas

-beige escuro

-beige claro

O que, em face desta anomalia genética, temos toda a convicção em afirmar que os canários de cor possuem em seu património genético, uma, duas e três melaninas, a saber:

-melanina negra

-eumelanina

-phaeomelanina dispersa



Quando a melanina negra, por motivos de mutação, se separa temos um canário castanho ( eumelanina + phaeomelanina dispersa ); no entanto, caso a phaeomelanina, por mutação, desaparece dos dorsos dos nossos canários, estamos perante o factor de refracção azul ( melanina negra + eunelanina mutada ).

Desde alguns anos, dedico o meu estudo a este factor de refracção azul ou óptico, procurando introduzi-lo em todas as variedades do meu plantel ( linha Clássica, Pastel e Topázio ).

Com o decorrer dos anos e através de muitas experiências e algumas alegrias e desilusões, e mantendo sempre os acasalamentos em consanguinidade, trabalhando unicamente com canários que apresentam na sua estrutura melânica o factor de refracção azul e que possuam apenas duas melaninas.

Este trabalho de persistência faz com que, no meu plantel de canários atrás mencionado, aparecesse uma nova mutação ou conceito de canário, que apresenta uma só melanina.

Estes canários que possuem aquela característica mutante ( uma só melanina ) fenótípicamente apresentam uma só melanina, que é totalmente negra, sem qualquer vestígio da eumelanina mutada ( castanho ).

As melaninas destes exemplares têm um maior contraste, apresentando nas inter estrias um lipocromo mais luminoso.

Esta mutação ou novo conceito não é uma situação nova, pois tive ocasião de o verificar em alguns criadores Europeus, tornando-se esta anomalia uma obsessão para fixá-la através de cruzamentos em linha consanguínea, razão porque esta mutação apresenta diversas tonalidades de melanina nos canários Àgatas, Topázios e Pastéis, sem que nós, criadores, encontremos qualquer explicação científica.

Sem sombra de dúvidas, o futuro do canaricultor, no que engloba os canários de cor, tem de passar pelo melhoramento das mutações existentes, tendo como filosofia, o verdadeiro conhecimento do novo conceito dos canários ( opinião muito pessoal ) que possuem uma, duas ou três melaninas, que aparecem hereditariamente como:

-recessivas

-ligadas ao sexo

-acumulativas

Todos estes conceitos por mim referenciados, têm a finalidade e a importância de transmitir aos canaricultores do meu país, que a sua evolução passa por adquirirem cada vez mais conhecimentos sobre a genética e a sua aplicação na Ornitologia.

Finalizando, todo o canaricultor que continue a desenvolver o seu hobbie, através de processos conservadores, utilizando os processos de acasalamentos tradicionais e não evoluindo geneticamente, é quase impossível conseguir nos seus plantéis canários campeões.

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